Fernando Santander Morador de Itapevi e defensor do SUS na cidade
Monica Calazans Enfermeira, primeira a ser vacinada no Brasil contra a Covid-19
Paulo Spina Profissional de Educação Física no SUS; coordenador da Bancada Solidária pelo SUS (BSUS)
Com a chegada de uma nova temporada de risco de proliferação da dengue é essencial que a população e as prefeituras atuem juntas para conter o avanço da doença. Sob o efeito das mudanças climáticas e com o retorno do sorotipo 3 , que não circulou há dez anos, o desafio se torna ainda maior, exigindo a intensificação das medidas preventivas¹. Como a infecção por um sorotipo não gera imunidade contra os outros, muitas pessoas são vulneráveis a novas infecções.
Diante desse cenário, a mobilização coletiva se torna fundamental para eliminar os criados do mosquito Aedes aegypti e reduzir os casos da doença. Felizmente, diversas tecnologias e estratégias inovadoras vêm sendo inovadoras para combater o transmissor.
O método Wolbachia, por exemplo, consiste na introdução, em laboratório, de uma bactéria nos ovos do Aedes aegypti, impedindo que o mosquito transmita a dengue, o zika e a chikungunya². Essa estratégia, já testada em diversas cidades brasileiras e no exterior, será ampliada para mais municípios em 2025². No entanto, essas ações só terão impacto real se forem combinadas com a participação ativa da população e o fortalecimento da infraestrutura urbana, especialmente em saneamento e coleta de lixo.
Para potencializar essa luta, é necessário um envolvimento eficaz das pessoas e das autoridades. Iniciativas como mutirões de limpeza , envolvimento de empresas no combate à dengue, campanhas educativas em escolas e a criação de comitês de monitoramento ajudam a manter o controle sobre os focos do mosquito. As prefeituras deverão reforçar a fiscalização de terrenos baldios e aplicar multas a proprietários negligentes. Além disso, o uso de drones para fiscalizar locais de difícil acesso, como terrenos abandonados, tem se tornado mais comum e mostrado eficaz em diversas cidades. No início de 2025, a prefeitura de Itapevi realizou uma ação com um super drone para pulverizar espaços abertos³.
Alem das estratégias de controle do mosquito, o Brasil conta com a vacina Qdenga para dengue disponível no SUS, para faixa etária de 10 a 14 anos. No entanto, a vacinação ainda é insuficiente para conter a doença.
As cidades precisam envolver uma comunidade de forma direta e contínua. O incentivo à participação pode ser estimulado por meio de campanhas criativas. A mobilização digital também é uma ferramenta poderosa: criar canais de denúncia via whatsApp, como já acontece em algumas cidades, e desenvolver aplicativos para monitoramento de focos são maneiras de tornar o combate à dengue mais ágil e eficiente.
Somente com um esforço coletivo, combinando inovação, fiscalização e educação , conseguiremos reduzir significativamente os casos de dengue. O momento de agir é agora!
Notas
(1) Retorno do sorotipo 3 – Mais informações em: Instituto Butantan
(2) Método Wolbachia – Mais informações em: Programa Mundial Mosquito e Governo Federal.
https://pt-br.worldmosquitoprogram.org/
(3) Uso de drones em Itapevi – Ação realizada em fevereiro de 2025 para explosão de áreas abertas.